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Texto: Paola Rolletta

Foto: Shutterstock

Edição 80 Jul/Ago/ Set| Download.

Chichén Itzá – Onde se jogava à bola para satisfazer os deuses

Chichén Iztá deriva dos termos maia “chi”, que significa “bocas”, e “chen”, que significa “poços”, enquanto Itzá indica tanto a tribo que aí se instalou como algo relacionado com magia. Fica a norte de Yucátan, no México, e conserva as ruínas das pirâmides mais impressionantes e mais bem conservadas do país, numa área de cerca de três quilómetros quadrados entre cavidades naturais de água doce chamadas “cenotes” que lhes dão o nome.

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É impressionante como por detrás de cada um dos edifícios de Chichén Itzá há referências astronómicas, matemáticas, religiosas e mitológicas. E mais impressionante ainda é não haver explicação definitiva sobre a razão do abandono do sítio por parte dos Maias. Pestilência? Guerra final? De qualquer forma, é inevitável pensar como nos sentimos pequenos perante tamanha grandeza misteriosa.

É aconselhável visitar Chichén Iztá – desde 1988, Património Mundial da UNESCO – durante o equinócio de outono e de primavera do hemisfério boreal, isto é, por volta de 21 de Outubro e de 21de Março. Nessas duas épocas do ano, o sol está posicionado exactamente acima do equador e a duração do dia é quase igual à da noite.

Os raios solares incidem exactamente na perpendicular ao eixo de rotação da Terra e é precisamente por esta razão que, na grande pirâmide de Kukulkan – considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno, se pode assistir a um impressionante jogo de luz e sombra.

Nos degraus nordeste, nesses dois dias do ano, podemos admirar uma gigantesca serpente emplumada que desce e sobe os degraus: é o deus Quetzalcoatl (a quem os Maias chamavam Kukulkan), um animal mítico que simboliza o princípio cósmico da dualidade. Os Maias construíram El Castillo justamente para que nos dois equinócios houvesse esse efeito óptico particular. Antigamente, era possível subir ao topo do Castillo: a subida foi proibida depois de uma turista ter morrido, em 2006, ao cair daqueles degraus altos.

No lado norte do sítio arqueológico de Chichén Itzá, encontra-se o Cenote Sagrado, um local de peregrinação para os Maias e a razão pela qual a cidade mais importante da antiga civilização pré-colombiana foi construída neste canto.

Há muitíssimo cenotes espalhados na zona, sendo para os Maias não só importantes reservas de água, mas também pontos de passagem entre a vida terrena e a vida após a morte.

No lado oriental, situa-se o El Caracol. Trata-se de um observatório astronómico com uma grande cúpula circular construída sobre um edifício rectangular, no centro do qual se encontra uma ampla escadaria.

Os portais de entrada estão alinhados com os pontos dos equinócios vernal e outonal e, no interior do observatório, estudavam-se os movimentos dos planetas e os ciclos de Vénus.

Os Maias jogavam à bola, mas não tinha nada a ver com o futebol. Era o pok ta pok  ou juego de pelota segundo os colonizadores espanhóis.

O jogo estava ligado ao culto do Sol, que devia voltar a brilhar todos os dias, deixando o mundo das trevas.  O campo de jogo representava a Terra, enquanto a bola era o Sol.

No jogo da bola, defrontavam-se duas equipas de sete jogadores, que tinham de ter muito cuidado para não deixar cair a bola, pois não permitiriam que o Sol renascesse.

Como ir:

Maputo-Johannesburg- Maputo com a LAM. Depois  Johannesburg-Cancun. E, em Cancun pega um autocarro para Chichén Iztá.

▶ Onde dormir:

Hotel Chichén Itzá, pequeno-almoço incluído, cerca de 100 euros por quarto duplo standard.

▶ Que fazer:

Mergulhar no cenote Ik Kil, visitar Valladolid e saborear a gastronomia do Yucatan, no restaurante do Selva Maya onde fica o Cenote Ik Kil.

▶ Cuidados a ter:

Manter-se hidratado. Usar calçado confortável. Planear o seu percurso. Proteger-se dos raios UV nocivos. Evite grandes multidões. Não são permitidos drones ou tripés.

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