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Texto: Hélio Nguane

Foto: Dilaila Romeo

Edição 77 Jan/Fev| Download.

Domingas Velez Phandju – O amor ainda é o bilhete para altos voos

Domingas Velez Phandju acredita no amor e vive para disseminá-lo, esbanja este sentimento em cada acção que pratica, sem esperar nada em troca.

Seu percurso pode ser resumido em duas linhas; teve um só empregador — Linhas Aéreas de Moçambique (LAM); um só amor — seu finado marido, cuja presença ainda sente e que a inspira a ser o que é; uma missão — executar o trabalho com afeição e abnegação.

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Natural de Quelimane, província da Zambézia, concorreu para ingressar na extinta DETA, actual LAM, em Julho de 1977, com 19 anos. “Era uma das mil candidatas na minha província e fui a melhor classificada, o que me deu o direito de participar do processo selectivo na capital do país, na altura Lourenço Marques. Nos testes nacionais, fiquei na posição cimeira e escolhi permanecer na minha terra natal”, revive.

Em Quelimane, trabalhou na reserva e emissão de bilhetes, mas pela sua polivalência ajudava em outros sectores, como check-in. Depois do casamento, decidiu mudar-se para Maputo, terra natal de seu marido.

“Foi em Junho de 1982, um ano inesquecível. Na capital fui afecta ao Controle Central de Reservas, era tudo tão analógico, todas as fichas dos passageiros eram feitas manualmente. Tive o privilégio de participar na introdução do primeiro sistema computadorizado, denominado Gabriel. Fui uma das cinco escolhidas para uma formação em Atlanta, Estados Unidos da América. A equipa regressou e dinamizou a disseminação deste novo sistema”, conta.

Enquanto se formava, Domingas percebeu que, no processo de partilha, não só se transfere, mas também se recebe muito dos formandos. “Não eram só conhecimentos técnicos que eram repartidos, trocavam experiências de vida. Uns entravam com uma visão conturbada e nublada e saíam mais iluminados e prontos para enfrentar o ambiente de trabalho e não só”.

Nos anos 1990, o marido recebeu uma proposta de trabalho na África do Sul. “Consegui transferência e rumei com ele para Joanesburgo. Trabalhei na sucursal da LAM na “terra do rande” de 1991 a 2001”, conta, indicando que quando retomou para Maputo trabalhou até à reforma.  “Grande parte dos actuais quadros da LAM passaram pelas minhas mãos. Trato todos como filhos. Olho para a LAM como casa. Todos somos família”, disse.

Domingas está reformada e, analisando o seu percurso, tem a certeza de que foi talhada para lapidar almas, oferecer uma visão alternativa de ver a vida. Por isso, continua pronta a ajudar. “Ainda recebo chamadas fora de hora, partilho o pouco que sei”, conta.

▶ Destaque

“Ainda recebo chamadas fora de hora, partilho o pouco que sei”.

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