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A tribo nas mãos

Texto: Eta Matsinhe

Foto: Yassmin Forte

Edição 77 Jan/Fev| Download.

Joana Rodo queria apenas ter uma sacola de viagem estilosa, onde coubessem todos os seus pertences necessários para passar um final de semana na praia. Após fazer algumas buscas e não encontrar uma sacola do seu agrado, decidiu comprar uma capulana e produzir a sua sacola de viagens ideal — feita de tecido de capulana, forrada com tecido impermeável, com pegas e detalhes em cabedal natural. Nessa altura, sem se aperceber, havia criado a fórmula para um produto de sucesso. “Primeiro, fiz duas sacolas e, ainda na viagem, um amigo viu e pediu que eu o vendesse. A outra sacola eu ofereci a outro amigo. Pouco depois, vieram outras encomendas de amigos e nunca mais pararam.” Assim nasceu a Tribosacks em 2019.

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Quando tomou consciência de que a marca já se havia estabelecido e que não havia mais como parar, Joana montou uma super-equipa e estruturou um negócio sustentável. “Somos uma equipa de cinco, o mestre Calisto que é o alfaiate, o mestre Simeão que é o artesão que trabalha o cabedal, o Bento e a Arlinda — o meu braço- direito neste trabalho. Fazemos tudo de forma artesanal e compramos todos os materiais aqui em Moçambique. Visto que a marca surgiu despretensiosamente, parte dos lucros que fazemos são doados a instituições de caridade.”

Joana é portuguesa e está em Moçambique há 10 anos, é consultora na área da saúde e a moda acaba sendo um hobby. Se trabalhar como designer de malas é um acaso, já a escolha dos materiais não é mero trabalho do destino. Sempre adorou a capulana, as cores e os seus padrões. “Acredito que a África no seu todo tem muito a oferecer em termos de moda. E temos artesãos muito talentosos aqui em Moçambique.”

Actualmente, os principais clientes da Tribosacks são estrangeiros e vê nisso uma oportunidade de massificar o negócio. “Os nossos clientes estão na América e, principalmente, na Europa. Muitos fazem as encomendas através das redes sociais. Mas, como não temos capacidades para exportar, dependemos de ter alguém para levar.

Tendo em conta esta oportunidade que o mercado oferece, já estamos em busca de parcerias para ter os nossos produtos disponíveis na Europa. Cá em Moçambique, vendemos pelo Instagram, em feiras pop-up e temos alguns produtos à venda na livraria Azurara.”

Edição 77 Jan/Fev| Download.

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