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Texto: Hélio Nguane

Foto: Mauro Vombe

Edição 75 Set/Out | Download.

Olinda Eusébio – Segundo acto

As linhas da vida de Olinda Eusébio dariam um romance de três volumes, é um percurso cheio de pérolas, vitórias, medo, pânico e superação.

Comecemos. Desde a infância, Olinda sonhou em ser assistente de bordo, pois sempre foi fascinada por ajudar os outros e conhecer lugares e pessoas. Depois de uma formação cheia de paragens e contratempos, conseguiu o certificado e ingressou nas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) em 1990. Os primeiros anos foram cheios de desafios, que foram aceites e executados. Cada voo era uma experiência, um momento ímpar para conhecer pessoas e lugares. Com formações, capacitações e abertura para aceitar o diferente, aprendeu a ser uma profissional de referência. Soube que ser parte da tripulação não é apenas ter um sorriso disponível para exibir do primeiro ao último minuto do voo, é necessário conhecer o passageiro, entender os seus medos, anseios e procurar formas para tornar a sua viagem mais agradável.

Depois de 20 anos de viagem, Olinda experimentou o medo e pânico, que lhe incapacitaram de continuar nos aviões. Sem argumentos, foi obrigada a reformar. Na busca da cura, teve que ler para perceber onde reside a origem da sua fobia.

“Foi um momento de busca”, conta, indicando que acabou se interessando pela psicologia, sendo que sempre pensou em seguir esta área. E seguiu. “Licenciei-me no horário normal (laboral). A experiência com os mais novos mostrou-me outras formas de ver o mundo. Tive bom desempenho, notas elevadas, que mostraram que era capaz”.

Finda a licenciatura, rumou a Espanha para dar continuidade aos estudos, tendo se especializado em Terapia Transpessoal, Consultoria em Mindfulness e facilitação de Respiração Holotrópica/Holoscópica. “Lá encontrei o meu caminho”, conta, detalhando que preencheu os seus espaços vazios.

O destino abriu espaço para que ela retornasse a LAM. Foi numa época conturbada, que o mundo estava para ingressar no estado de emergência por conta da Covid-19. “Foram três anos enriquecedores, como responsável pela área de saúde mental da Companhia de Bandeira dei o meu contributo, escutei histórias de pessoas que estão sob constante pressão”.

Já reformada na LAM, Olinda continua a cumprir sua missão. “A LAM é uma escola, um local onde me formei como profissional e ser humano consciente das suas limitações e fortalezas”, concluiu.

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