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Texto: Hélio Nguane

Foto: Mauro Vombe

Edição 75 Set/Out | Download.

Sónia de Almeida  – A piloto em terra

Em 2008, em Seattle, Estados Unidos da América, numa formação, viu neve pela primeira vez, sentiu a terra a tremer, mas manteve em seu íntimo uma certeza: ser despachante de operações de voos até ao fim da jornada.

Sónia de Almeida está há 32 anos na Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), poderia ter experimentado novos voos, mas é nesta instituição que se formou como despachante de operações e, pelo seu papel, várias aeronaves chegam ao destino sem percalços.

Conhece o trabalho que faz até de olhos fechados. No entanto, a experiência mostrou que nada se decora, tudo se consulta. Por isso, examina, reexamina, verifica e reverifica, todas as condições necessárias para auxiliar as rotas de voo, desde o desempenho e o carregamento da aeronave, vento em rota, previsões de tempo, turbulência, restrições de espaço aéreo e condições do aeroporto. Trabalha próxima do piloto, faz acompanhamento dos voos, sempre alerta, para informar caso as condições mudem.

Sónia não acredita em fórmulas, mas está ciente que a dedicação é o caminho para ser um profissional exemplar. Recorda que, em 1989, quando iniciou a formação que lhe abriria portas para a LAM, pouco ou nada sabia sobre operações de voo, mas, com entrega, curiosidade e vontade de aprender alargou seus conhecimentos e já não se imagina a fazer outra coisa na vida.

Ao longo da sua carreira, teve a oportunidade de alargar os seus conhecimentos na área de aviação e de viajar, tanto a serviço como em particular.  “Pude aprender muito e trocar experiências a nível profissional com pessoas de outros países, não só de companhias aéreas, como de outros ramos na aviação”, realçou.

Sónia não acredita em fórmulas, mas está ciente que a dedicação é o caminho para se ser um profissional exemplar.

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Na companhia de bandeira alcançou o topo da carreira, cultivou amigos, ajudou e ainda contribui na formação de uma nova vaga de profissionais a quem vai passar a estafeta quando a reforma chegar.

“Ficarão as lembranças, elas sempre nos acompanham”, refere, recordando um dos momentos mais altos da sua carreira. Ela esteve no avião 737-700 da LAM, que levou o Papa Francisco de Maputo à Madagáscar.  “Porque a Linhas Aéreas não tem ligações regulares a Antananarivo, o avião levou um mecânico e fui a oficial de voo. No decurso da viagem, tive o privilégio de estar próxima e trocar impressões com o sumo pontífice”, detalha, indicando que não recorda das palavras ditas, mas “foi um momento cheio de emoção que guardo para a vida”, concluiu.

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