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Texto: Paola Rolletta

Foto: Mauro Pinto

Edição 67 Maio/Jun | Download.

DJANINE NAIDOO

AS SOFISTICADAS CARTEIRAS DE ZOYA

“Desde pequena tenho paixão pela moda e pelo design. Amo a elegância que vem das formas polidas, as arquitecturas geométricas e essenciais, os detalhes estudados, o trabalho bem-feito”, conta Djanine Naidoo, fundadora da Zoya, a marca de carteiras de cabedal, pele vegan e veludo produzidas em Moçambique.

A marca foi lançada, em Maputo, em Dezembro de 2019. Duas colecções por ano, de carteiras das linhas limpas, minimalistas, mas muito requintadas: cada detalhe é a expressão de uma pesquisa profunda e contínua seja no design seja nos materiais utilizados.

“Inspiro-me nas tendências, mas tento chegar à simplicidade, num processo de desconstrução até chegar à forma mínima do objecto” – conta Djanine, que chamou a marca com o seu segundo nome, Zoya. “Só depois procuro os materiais que possam funcionar da melhor forma no objecto que tenho idealizado na minha cabeça, numa sobriedade que nunca ponha em causa a criatividade”.

A pandemia veio dificultar a procura de materiais. “A primeira colecção foi feita na África do Sul, mas a minha ideia era fazer tudo em Moçambique. Fizemos publicidade via redes sociais. Timidamente, mas com muita determinação, fizemos a segunda colecção em Moçambique. A pandemia empurrou-me ainda mais para a concretização do projecto”, conta Djanine. Aproveitou da oportunidade em tempo de crise, olhando com outros olhos o que há no mercado moçambicano em termos de materiais.

Cada detalhe das carteiras é a expressão de uma pesquisa profunda e contínua seja no design seja nos materiais utilizados.

Assim nasceu a terceira colecção, em pele vegan, imitação de crocodilo, o acetinado e o veludo, um autêntico hino à vida e ao optimismo que acaba de sair das suas mãos e da sua equipa de costureiros: a carteira muito minimalista, “Envelope Clutch” e a carteira com um nome propiciatório, “Fortune Bag”, com a sua forma de um Fortune Cookie, em pele vegan e veludo. “O verde não era a minha cor preferida, mas encontrei os materiais dessa cor… Virei fã do verde!” – comenta Djanine, que vende as suas carteiras via Facebook e Instagram, e nas exposições/vendas em vários locais na capital do País, mas brevemente lançará o seu próprio site.

O verde-garrafa em veludo transmite a chegada do inverno ao sul do Equador com a necessidade de mais calor e o acetinado leva-nos a refugiarmo-nos no objecto dos nossos desejos. A pele vegan imitação de crocodilo traz-nos a memória o animal que salvámos e a utilidade de uma mala mais robusta para o dia-a-dia, com tons monocromáticos a caminho do inverno que se aproxima. Qual melhor mensagem?

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