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Texto: Elton Pila

Foto: Ricardo Franco

Edição 69 Set/Out | Download.

Gisela Matavele Antman – A ambição de fazer bem

É um rosto bonito. Mas Gisela Matavele Antman (Zambézia, 1985) sempre quis ser mais do que isso. E ao entrar para os negócios, num mundo dominado por homens, teve de deixar a feminilidade de lado. Ainda que duplamente condicionada, por ser mulher e por ser jovem, fez-se empresária. O verbo não foi colocado ao acaso, é a tentativa de tornar verbal um processo que é preciso respeitar.

Começou como gerente do Villa Sands, uma estância hoteleira de padrões internacionais na Ilha de Moçambique, com a meta de torná-lo sustentável e com isso tornar-se co-proprietária. Desse primeiro momento ao segundo passaram-se cinco anos, foi entre 2011 e 2016.

Formada em Ciências e Tecnologias Agrárias em Itália, a Hotelaria e o Turismo foi o admirável mundo novo. Mas o facto de não ter sido a sua área de formação com os vícios aos padrões que muitas vezes as escolas ensinam e de ser aquela a primeira experiência acabou contribuindo para que pensasse fora da caixa e fizesse do Villa Sands o que é hoje. “Sou ambiciosa” – di-lo já com a feminilidade recuperada e sem medo da hipocrisia que torna a ambição um defeito e não uma virtude, como se os ambiciosos não tivessem mãos a medir para chegar onde querem chegar. “Uma coisa é ser ambiciosa, outra é ser gananciosa” – separa o trigo do joio.

Em cinco anos, Gisela passou de gerente a co-proprietária do hotel Villa Sands, na Ilha de Moçambique.

A ambição de que fala e a que a caracteriza é o que lhe dá energia de acordar todos os dias para fazer bem, fazer de novo, fazer diferente e continuar a acreditar. Fá-lo a pensar nela, na ideia de empresária que quer ser e do empreendimento que quer erguer, mas faz também a pensar nas pessoas à sua volta. A Galeria de Arte acoplada ao Villa Sands, localizada no limiar entre a cidade de Macúti e a de Pedra e Cal e que serve de incubadora de crianças artistas é disso exemplo. “Parte do lucro do Turismo tem de beneficiar a comunidade”.

Mas os seus interesses não se esgotam em Hotelaria e Turismo ou a Ilha de Moçambique. Ela, que está sempre atenta às oportunidades, com a pandemia, resolveu abrir a GM Healthcare, empresa de fornecimento de material de Saúde. “É uma preocupação empresarial, mas também social”. Mas também há a GM Property Management, empresa de arrendamento de imóveis que teve início na Ilha de Moçambique com a Dock Side e que agora estica os tentáculos para a capital do país.

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