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Texto: Elton Pila

Foto: Júlio Marcos

Edição 85 NOV/DEZ| Download.

Khetha – O PODER DA ESCOLHA

Começa tudo com uma escolha inscrita já no nome. Khetha, esta palavra nativa, tornou-se acção para salvar espécies da fauna bravia africana da extinção. Salvar os animais em nome também do turismo que traria ganhos para homens e mulheres que passariam a ter um horizonte de escolha própria.

É ainda presente a memória dos dias de guerra contra animais bravios que animava a caça furtiva, a terceira actividade mais lucrativa do mundo, atrás apenas da venda ilegal de drogas e armamento. As populações de rinocerontes e elefantes foram reduzidas à beira de extinção. Entre 2008 e 2018, Moçambique e África do Sul perderam mais de 7 mil rinocerontes. Cinco elefantes eram abatidos, todos os dias, em 2014 nas savanas de Moçambique. E os números aumentaram com o tempo a alimentar o sonho de uma riqueza fácil, que também deixou muitas famílias sem os seus progenitores. Era preciso reverter o quadro. Devolver o fulgor a todo o ecossistema com o crescimento das populações de rinocerontes preto e branco e manutenção das taxas de crescimento de elefantes. Objectivos que se perseguem em várias geografias: Gaza e Maputo, incluindo o Parque Nacional de Limpopo, a emergente Área de Conservação dos Grandes Libombos e a proposta Área de Conservação de Maungwe adjacente ao Parque Nacional Gonarezhou no vizinho Zimbábwe.

A reversão da grande fotografia de tráfico precisou de acções mais concertadas e robustas como criminalizar a caça furtiva, mas também campanhas de educação desde a primeira idade a perspectivar guardiões futuros. E já se notam alguns avanços.

O rio cede ao peso dos hipopótamos. O chão treme na coreografia da manada de búfalos. Elefantes esmeraram-se num ballet de tromba para aceder aos ramos mais altos. O pescoço da girafa faz o caminho do céu. O vulto fugaz de impalas e waterbucks testam a nossa retina. As aves rasgam os ares e tingem o céu de novas cores.

Khetha, esta palavra nativa, tornou-se acção para salvar espécies da fauna bravia africana da extinção.

Agora que a vida nasce do ventre da floresta, que novas paisagens se anunciam, Marcelino Foloma, o director que assumiu o programa Khetha como pessoal e que foi responsável pelo pacto de confiança com a comunidade, tem a sensação de dever cumprido. Ele, com mais de 30 anos de experiência na área, sabe os ganhos do programa só seria possível com a comunidade. “As comunidades são os primeiros guardiões das reservas e parques”, diz Marcelino Foloma.

E a alegria está expressa no sorriso de todos os dias de uma comunidade que percebe que o Turismo animados pelos animais selvagens gera os 20% de que podem decidir a aplicação.

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